1, Setembro 2023
Flattie: O capacete feito de cortiça que pode ser reciclado
Fãs de bicicletas e trotinetes: chegou uma novidade de menor impacto para o ambiente. Um estudante do Programa Doutoral em Engenharia Mecânica da Universidade de Aveiro deu vida ao Flattie, um novo tipo de capacete. É mais prático, pode ser reutilizado após vários impactos e no final da sua vida útil pode ainda ser reciclado. Conheça todos os pormenores desta ideia sustentável.
Fãs de bicicletas e trotinetes: chegou uma novidade de menor impacto para o ambiente. Um estudante do Programa Doutoral em Engenharia Mecânica da Universidade de Aveiro deu vida ao Flattie, um novo tipo de capacete. É mais prático, pode ser reutilizado após vários impactos e no final da sua vida útil pode ainda ser reciclado. Conheça todos os pormenores desta ideia sustentável.
Flattie, o capacete plano feito de cortiça
Gabriel Serra é o estudante por trás da ideia do Flattie. Depois de constatar o grande aumento na popularidade do uso de trotinetes e bicicletas nas cidades notou um novo problema. “A esmagadora maioria das pessoas não faz uso do capacete e um dos principais motivos é a inconveniência do mesmo – acaba por ser um acessório incómodo de se carregar devido ao seu volume relativamente grande”, começa por explicar. Surge assim uma nova ideia de proteção, o Flattie.
O nome do capacete advém da alusão à expressão flat, que quer dizer plano, em inglês. Só pelo nome chegamos à primeira vantagem e diferença deste novo tipo de capacete. A sua estrutura, além de ajustável à cabeça do utilizador, permite reduzir o seu volume em 70% e planificá-lo, obtendo um objeto raso com dimensões semelhantes às de um portátil de 15 polegadas, isto é, menos de 40 cm. Esta característica torna-o prático e rápido de arrumar, facilitando o seu transporte em mochilas ou malas.
Um capacete com componentes recicláveis
“Constatamos que a indústria dos capacetes é um sector que é pouco sustentável, uma vez que os capacetes são fabricados de modo que não seja possível separar o casco do forro após o descarte do equipamento. Ou seja, não há nenhum reaproveitamento/reciclagem de peças”, evidencia Gabriel Serra.
Os capacetes convencionais são, na sua maioria, produzidos com recurso a espuma de poliestireno expandido e o seu processo de fabrico não permite que os componentes sejam separados, pois, por norma, o casco externo e o forro são fundidos um no outro.
O autor do projeto orientado pelos investigadores Fábio Fernandes, Ricardo Sousa e Eduardo Noronha criou o Flattie tendo em conta esta desvantagem. Gabriel Serra substituiu a espuma de poliestireno expandido por cortiça portuguesa.
As peças que compõem este capacete podem assim ser desmontadas após o fim de seu ciclo de vida e a cortiça encaminhada para reciclagem.
A alteração de componentes traz ainda outra vantagem. Ao contrário dos capacetes tradicionais que, após um impacto maior, têm de ser substituídos, o Flattie consegue resistir a vários impactos, pois a cortiça suporta deformações sem sofrer danos.
“A ideia, para que haja circularidade, é fazer com que o consumidor possa fazer a devolução do equipamento à nossa equipa, para que assim possamos fazer a separação das peças e reinserir o material recuperado de maneira apropriada”, explica a autor do projeto.
Este inovador capacete respeita todas as normas de segurança da União Europeia e foi vencedor do prémio Bike Call 2023, lançado pela Associação Nacional das Indústrias de Duas Rodas (AMBIMOTA). Já foi inclusivamente testado contra impactos nos laboratórios da empresa e foi aprovado. Os próximos passos serão chegar aos consumidores.
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